“Operação Yulin”
resgata dois chineses no RJ
Ação ocorreu
simultaneamente em quatro cidades fluminenses
Brasília,
17/04/205 – A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio de
Janeiro (SRTE/RJ) resgatou, nesta sexta-feira (17), dois trabalhadores
chineses, que viviam em regime de trabalho análogo à escravidão numa pastelaria
instalada no centro da capital.
O resgate foi
resultado da Operação “Yulin”, realizada em conjunto pela Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro (SRTE/RJ) e pelo PROCON/RJ em
pastelarias de quatro cidades (Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo e a
capital).
O objetivo da
ação é o combate ao trabalho escravo urbano e ao tráfico de pessoas, além da
verificação da procedência da carne que está sendo servida aos consumidores. Os
trabalhadores foram localizados na Pastelaria Koong, na Rua Camerino n° 08.
“A pastelaria,
de acordo com as filmagens elaboradas pela equipe de auditores-fiscais do
Trabalho não possui condições de fornecer uma vida digna aos trabalhadores que
lá entregam sua energia produtiva. Além da visível questão da degradação no
meio ambiente de trabalho, temos um caso de tráfico de pessoas de acordo com o
Protocolo de Palermo ratificado pelo Brasil, pois são duplamente vulneráveis
(em razão das questões econômicas e geográficas) cuja mão de obra é facilmente
explorada no fato de terem sido alojados, ainda que tenham vindo
voluntariamente para o país”, informou a auditora-fiscal do trabalho Márcia
Albernaz, coordenadora da operação.
O resgate foi
motivado pelas condições degradantes de trabalho e alojamento, além de servidão
por dívida envolvendo as famílias de ficaram na China e jornadas de trabalho
superiores a 16 horas por dia.
Durante a tarde
desta sexta, quatro trabalhadores chineses prestaram depoimento, com auxílio de
interprete, na sede da SRTE/RJ.
Os equipamentos
da pastelaria – batedeira e cilindro de massa - foram interditados, por risco
de choque elétrico e esmagamento de membros, uma vez que não havia
proteção. O alojamento dos trabalhadores também foi interditado pela
equipe de fiscalização, uma vez que não havia camas, o pé direito era de
aproximadamente 1,50 m e havia fiação elétrica exposta. O empregador
deverá providenciar novo alojamento para os trabalhadores, além de pagar verbas
trabalhistas devidas.
Histórico –
A Operação “Yulin” é a quarta fase da fiscalização desenvolvida por auditores-fiscais
do trabalho em pastelarias no Rio de Janeiro com foco no combate a condições
análogas à escravidão. A equipe de fiscalização esteve em 11
estabelecimentos durante a operação e encontrou resistência para que os
trabalhadores chineses comparecessem para prestar depoimento. Cinco
trabalhadores, de dois estabelecimentos, evadiram-se enquanto deslocavam-se à
SRTE/RJ.
A operação
continua com novas etapas, após a análise do material coletado. Novas denúncias
podem ser feitas diariamente na sede da Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego do Rio de Janeiro (Av. Presidente Antônio Carlos, nº 251 - Térreo, 12º,
13º e 14º andar).
Fonte: Assessoria de
Imprensa/MTE (61)
2031-6537/2430 – acs@mte.gov.br
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